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domingo, 2 de agosto de 2020

O Preço

Mais um boteco, mais uma mulher, mais uma noite, mais uma semana, e quando acordarmos já terá se passado um ano

Mais um carnaval

Mais um aniversário

Mais cinco anos

E quando nos reencontrarmos já terei 30

E meus 17? 

E toda aquela coragem e euforia?

E aquele emprego que eu queria?

E meus planos de ir morar numa casinha em Avaré? Que poderia ser até de sapê

E aquela cachoeira que visitaríamos?

E aquela viagem para Paris?

E aquele bar que você ficou de me levar? 

E Embu das Artes?

E aquele encontro que marcamos á tarde?

E aquele filme que iríamos ver?

E aquele jantar na sua casa?

E aquela mulher que eu deixei?

E nós?

Eu mergulhei no pouco que tive de você, tão raso que nem consegui molhar a ponta dos pés.

Eu poeta de bar preenchendo mais uma folha com minhas palavras sujas que não servem a ninguém.

Minha menina, eu errei em muitas coisas, inclusive quando tentei achar qualquer sinal de amor em seus olhos, o tempo foi cruel. Engenheiros do Hawaii acertou quando disse que o preço que se paga às vezes é alto demais. 

É… nada de anormal, amanhã ela vai voltar, nem que seja para dizer adeus ou nunca mais. Essa é a parte subentendida da música. nossa música, que agora depois de anos consigo ler as entrelinhas. 

Mas numa coisa eu acertei, nesse mundo com tantas pessoas, amores e fodas, encontros e despedidas, eu sei, você nunca me esquecerá

Não ouso dizer que seja por amor ou luxúria

Eu te dei o calibre, eu te dei seu melhor e pior lado, eu te dei tudo e quer saber? Foi de graça.

2 comentários:

Ichi-go ichi-e