Confesso que gostaria de ter mais amor em meu coração, mais
empatia, mais sensibilidade...
Eu me fundi a esse mundo, querida. Eu não sou como árvore e
suas raízes fincadas com um crescimento linear, eu não faço parte desse
ecossistema, que domina tão bem a arte de parecer
Não é? Parecer mais amigável, amável, empático e sensível.
Eu não cobiço essa atuação, feita tão cautelosamente, porque
sinceramente eu não me importo com as virgulas que incluem nas minhas palavras
tortas.
Elas são rabiscos, feitos como os de uma criança, sem pretensões
exageradas, apenas é o que é, porque no fim das contas, mulher. Essa máscara
que seguram tão forte, e essas roupas, escrotas, tão comportadas e puritanas,
elas caem, envelhecem e se repudiam na sua própria hipocrisia.
Não leva a mal, eu prefiro ser esse ser humano despido, não
lapidado, escultura robusta e as vezes arte abstrata
Suas juras, tuas palavras que foram meticulosamente pensadas
para me ferir, eu lamento, eu juro que lamento, mas meu bem. Elas não sangram
em mim, não há espaço em meu corpo para mais cicatrizes, e olha, cada uma
delas, por mais caótica que tenha sido, eu sinto o maior prazer em carregar.
Minha menina, perca seu tempo com a brisa do vento, com o
mar, com o sol, observando as estrelas, com paixões, com fodas, seja com o que
for, mas por deus, não perca seu tempo pensando em como poderia ter sido e
muito menos em mim.